Inaugurar um novo ‘prédio de saúde’ não tem sido novidade em Búzios. Imaginemos inaugurar um veículo recentemente adquirido, sem garantir-lhe o condutor e o combustível para andar… Assim é abrir novas ‘portas’ na saúde: despertar demanda sem garantir sua satisfação. A rejeição e o descrédito são garantidos.
Esse aparente ‘erro’ estratégico não tem motivo técnico, senão político, fundado em vícios de enriquecimento ilícito e de desprezo pelo pessoal de carreira, já que o rodízio do empreguismo é um sustentáculo político muito aceito pela comunidade buziana. E, por outro lado, uma forma de ‘subir de vida’ em Búzios é montar uma empreiteira e… ou trazer uma empreiteira da baixada e…
Essa conduta empobrecedora é deliberada, denunciada pelo índice de investimento público, que não passa de 10% do orçamento geral.
Contraposto a isso tudo, está na contabilidade o conceito de ‘despesas de capital’, que incluem o investimento (isso mesmo) na qualificação de recursos humanos. Ou seja, investir na mão-de-obra das unidades de saúde tradicionais também seria computado como ‘investimento’, mas esse gasto há 15 anos em Búzios vem sendo ‘0’ (zero).
A prioridade do parco investimento público é o cimento, o pau, o vidro, a tinta, quase sempre superfaturados, alheios a um planejamento infraestrutural global. Quando muito se compra equipamento, para depois se descobrir inoperante, como uma caro aparelho de ultrassonografia que não tem especialista para operá-lo.
Devemos ter em mente que os serviços públicos são ruins, considerado o alto custo, não por acaso. Há um risco assumido. A prioridade não tem sido o ser humano ─ nem o cidadão, nem o trabalhador público.
Mas por que, perguntarão vocês, o investimento na qualificação das pessoas não é prioridade? Obviamente não há lobistas oferecendo qualificação cara com pagamento de propina ou ‘ajudas’ de campanha a políticos; se sim, seríamos uma referência em qualidade de recursos humanos e a saúde seria bem melhor com os mesmos prédios, apenas reformados equipados e readequados. ─