Até que a liberdade os separe

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Sob nossos narizes converte-se o modelo de família. Dita assim esta frase, parece que já vou enveredar pela sexualidade dos pais, ou pela durabilidade das relações. Mas não. É mais grave. Não se trata da forma, mas do conteúdo! Análise que ocupou séculos da Filosofia, e que contemporaneamente foi feita ser um pequeno detalhe no universo dos interesses mercadológicos. Vejamos só o mundo atual.

A mãe da criança é a tv; o pai, o playstation. Isso pode muito bem combinar com uma ligeira adaptação de “Admirável Mundo Novo”, de Aldous Huxley. E o que é a família então? Ela é assistente educacional, nas pouquíssimas horas vagas entre um e outro compromissos. A programação televisiva matura a percepção sexual, desperta a libido, a competição, a agressividade e transmite valores que o dono da mídia seleciona como mais rentáveis ao negócio publicitário (não há mais Imprensa; há Publicidade: a verdade é apenas um interesse tergiversal); o playstation, por sua vez, fornece a experiência sintética da relação com o meio e as forças naturais. A fantasia, por via desse binômio – tv e jogo eletrônico – está completa. E passamos a gerar sujeitos dignos de uma linha de montagem: funcionais, robóticos, porém inumanos, prontos a chocar-se contra, e a desarmonizar a comunidade real.