Quem disse que igualdade é sinônimo de justiça?

Às vezes perdemos de vista que a lei busca obstinadamente a justiça. Toda lei concorre para a justiça ─ esta que é uma utopia obrigatória diante dos direitos humanos convencionados por nossa civilização.Por esse ângulo, a tentativa de aplicar “igualdade formal” à casos desiguais, pela natureza prática da vida e dos fatos, pode ir exatamente em contrário à justiça pretendida. Isto posto, sugiro um seminário com o seguinte tema: “Os Planos Diretores de Desenvolvimento das Cidades e o Objetivo da Justiça Social”.
Talvez possamos entender que a crítica não é pura e simplesmente a determinados parâmetros urbanísticos, mas à ausência de um ‘senso do justo’. Noutro aspecto, podemos considerar que a sociedade se divide em, no mínimo, duas classes: uma que, por mérito ou casualidade teve acesso ao progresso, e outra que, por acaso, opressão ou demérito, não o teve.
A partir daí, pode-se repensar alguns benefícios, como cotas e ‘bolsas’ públicas: o estado também deve temperar o ‘julgo da igualdade’, na busca da justiça. Não basta a tentação de olhar pelo óculo do lucro capitalista: trata-se é de se por ao alcance de todas as mãos um pequeno, um micro universo de novas possibilidades. Nem todos serão afortunados; nem todos serão austeros. Mas, ao fim, o estado terá cumprido sua função essencial de justiça, que é distribuir igualmente as oportunidades.