Você devia venerar os direitos humanos

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Quando uma pessoa me diz que é “contra os direitos humanos”, eu fico pensando que espécie de direito cabe a esse animal degenerado – e se sinto misericórdia ou repúdio, já que sua bestialidade o faz desprezar algo que lhe pode ser roubado na próxima esquina, em prejuízo da própria vida.

E tento, com os olhos lacrimejando por dentro, dizer a esse animal degenerado, que, quando protesto pela saúde dos meus velhos pais e da minha pequena filha, estou lutando por direitos humanos. Quando enfrento um mar de opiniões contrárias, sem ferir ninguém, estou defendendo nossos direitos humanos.

O que alguns animais degenerados desse mesmo tipo, mas eleitos deputados, estão fazendo hoje é alienar de si mesmo o cidadão já semi-educado, sem a capacidade crítica de perceber a frágil humanidade que restou em si mesmo, roubado que foi pelo sistema.

Este cidadão não-humano, que venera os justiceiros da tevê e do parlamento, veio sendo alienado pela fábrica de fazer maus robôs, chamada ‘sistema de ensino brasileiro‘, especialmente quando o autoritarismo militar casado à classe dominante decidiu que um povo crítico não interessava ao poder.

Quando no golpe de 1964 se extinguiu a possibilidade de um aprendizado criticista, feriu-se de morte a propriocepção, o valor da dignidade individual; e quando se extirpou a dignidade humana, declarou-se vago o altar interior do homem – lugar vazio em que a propaganda sorrateiramente entronizou o dinheiro e o status de consumo.

O que esse animal degenerado, apunhalando minha história pessoal, na verdade repudia, é que direitos humanos sejam concedidos a gays, bandidos, políticos, prostitutas, imigrantes, ateus etc, e nisso os animais degenerados mais uma vez estão equivocados.

O fato de um sujeito resolver praticar hábitos sexuais não ‘convencionais’ é questão íntima, que nada diminui seu direto humano essencial.

O fato de um menor matar alguém, em nada diminui seu direito humano, mesmo que eu, ser passional, queira sua morte: nenhuma nação ocidental desenvolvida foi impedida de fazer justiça com assassinos apenas pelo fato de ter que respeitar garantias humanas fundamentais. Mesmo países que adotaram a pena capital respeitam certas formalidades garantidoras da dignidade humana.

Amigos, finalmente, DIREITO HUMANO abrange o clamor que vocês gemerão, no seu último suspiro, no leito de morte ou numa fila de socorro.

Uma sociedade sã e humanizada deverá venerar os direitos humanos, antes que seja tarde para todos nós. •