Não tem fim a desigualdade dentro do homem

  1. Em 1486, antes da colonização das américas, Giovanni Pico Della Miràndola escreveu a tese de doutorado “A Dignidade do Homem”. Trata-se da primeira obra a referir-se explicitamente ao tema da dignidade humana. Pelo vanguardismo de sua tese, o filósofo foi forçado pelo Papa Inocêncio VIII a renegar suas afirmações, sendo ele preso por um tribunal da Inquisição.
  2. Há 60 anos, pretos ainda podiam ser vistos conduzidos pela coleira e expostos em zoológicos, como animais exóticos, no mundo “civilizado’.
  3. Há 40 anos negros (pardos e pretos) ainda eram vetados em clubes e coletivos de diversos países do mundo, inclusive Europa.
  4. Há 30 anos o casamento entre negros e brancos ainda era proibido na África do Sul; hospitais, escolas e praias ‘de brancos’ eram vetados aos negros.
  5. Há 20 anos, no Brasil, apenas cerca de 5% dos universitários eram negros autodeclarados. Hoje este número evoluiu para cerca de 23%, mas ainda é menos da metade do desejável, já que a população geral de negros (autodeclarados) é de mais de 50%.
  6. Atualmente, dos 14 milhões de brasileiros analfabetos com mais de 15 anos, 70% ainda são negros.
  7. Em 2 décadas, pelo levantamento oficial, mais de meio milhão de jovens entre 15 e 24 anos foram assassinados no Brasil. Entre eles 60% eram negros (pretos e pardos).
  8. Atualmente, de cada 100 pessoas formadas em medicina, apenas 4 são negras.
  9. Ao início de 2013, a USP não tinha pretos cursando as três carreiras mais concorridas.
  10. Atualmente os governos oferecem cotas de ingresso nas faculdades a negros e etnias minoritárias. É uma fração das vagas que eles disputam entre si. A disputa chega a ser maior, em alguns casos, do que entre os brancos. A Lei de Cotas busca equilíbrio e reparação.

1112001026 Jornal - A Província de Minas